Quinta eu tive a segunda aula de hospitalar. E eu ainda continuo não gostando da direção da coisa. A mulher começou a falar das crianças terminais, quase que o povo da sala chorou. Contou que até uma das crianças escolheu a roupa pro próprio velório. Mas o que me incomodou foi a mulher "aconselhar" a sala a não guardar sentimentos ruins, aquela merda toda de carpe diem. E de não se arrepender e tal. Mas aí ela torna a vida leve. E com isso, a morte. Mas a morte não é leve, porra. A morte é pesada porque a gente deixa muita coisa pra trás. Inclusive sentimentos ruins. Então não me venha com isso. Vontade de enfiar o carpe no diem dela. Deixar a morte leve pra mim é desrespeitoso e irreal. Ter uma vida leve também. É um desrespeito do caralho você não se magoar, não ficar chateado só porque "a vida é curta". A vida é curta either way, então se permita sentir o que for. E se ela me fizer botar nariz de palhaço, eu a mando tomar no cu.
