6.5.05
when will this tired heart stop beating?

Eu não sei o motivo, mas tenho tentado em vão ser amiga do alvo da marinação. Não acho que ela é uma pessoa divertida (nem "adulto-divertida", como ela disse). Ultimamente ela só tem reclamado da vida, do quanto ela se sente humilhada por ter tido uma avaliação um pouco menos positiva do que outros colegas. Eu acho que pessoas competitivas não são muito divertidas.
Na verdade, eu acho que tento ter contato com ela porque ela me lembra muito de como eu era antes. Claro, tirando a altivez, o jeito inconveniente e exageradamente expansivo.
Ela é como eu era porque acha que a vida já deu o que tinha que dar. Tipo I've seen it all. E eu tõ tentando convencê-la de que num é bem assim. Tá, a vida é uma bosta e tal. Mas ela diz que adora melancolia. Tem coisa mais melancólica que viver uma vida de merda? Ela deveria estar feliz por poder ser melancólica e miserável*.
Eu já me perdi. Ah sim, super me identifico com o que ela disse, de não ver mais fogos de artifício nas coisas da vida. E é muito estranho o quanto eu mudei, porque hoje em dia eu vejo absolutamente tudo como se fosse ano novo e as pessoas quase morrem queimadas de tanto rojão que cai perto.
Me sinto meio muito bastante patética percebendo que eu sou feliz. É muito estranho. De repente, eu acho que se ficar em casa durante todo o fim de semana, vou estar perdendo alguma coisa. De repente, dá vontade de sair com os meus ex-amigos do colegial, por mais sem noção e nada a ver comigo que eles sejam. De repente, todo e qualquer beijo que eu dou nela faz com que meu mundo vire de ponta cabeça. De repente, sair só pra ver as pessoas e falar besteira é a coisa mais legal do mundo. De repente, participar de uma supervisão faz com que eu me apaixone mais pela psicologia; não é mais aquele sofrimento do ano passado (não que não tenha sido agradável no ano passado, mas ainda era muito diferente do que fazíamos na faculdade...e não que hoje em dia não traga sofrimento, mas acho que é aquela dose de sofrimento que eu preciso ter na minha vida...tipo "agora você vai crescer, vamos...se estique"). De repente, mudar meu estilo de vida, sair de casa e ter o meu lugar é o que eu mais quero. De repente, voltar pra casa às 23h cantando Placebo no carro e lembrando das desmunhecadas ao vivo do Molko me diverte muito.
Sim, eu sei que de repente, eu virei bocó e desinteressante. Mas tô feliz.

*ela me gongou bunita, dizendo que sair comigo não adiciona nada a ela. Decidi que vou parar de tentar ajudá-la. Não sou assistente social nem terapeuta ocupacional.

  5:49 PM     



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