Primeira semana de aula e eu já quero morrer. Terça, fofofofoforeeeeeenseeeee com uma supervisora preguiçosa. Quarta, adulto com a malvada bruxa da morte, que me deu psicanálise no segundo ano e que vive uma relação kármica comigo: os filhos dela são alunos da minha mãe e eu e meu irmão fomos e ainda somos alunos dela. Sim, na especialização do meu irmão, ela dá palestra. E eu, agora, reencontrando na supervisão. Mas não vou negar, ela é tudo. Vai ser o melhor estágio dos três. Só pra vocês terem noção, a mulher é chique. Só usa preto e branco, bolsa da Luís Vitão. Nessa semana eu tava reparando nas roupas, quando vejo um fio saindo da cintura dela. Um Ipod. Sério. Ela deve ser uma daquelas que vai pros compromissos toda despreocupada, ouvindo um Gershwin no fim da tarde. E quinta, familiar/casal com uma supervisora histérica conversiva, que teve tontura ao falar da reforma psiquiátrica. Altamente significativo. Se eu fosse ela, levava isso pra terapia. Sem contar na situação mais desconfortável ever. Fazer duplinha. Dois dos estágios são em dupla. E eu sei que vou ser a última a ser escolhida. Não é segredo que sou anti social. A minha única esperança era uma menina fofa, que perguntou se eu gostava de Placebo. Mas ela já tem parceira, claro. Só eu, loser, tô sobrando. Vou acabar com alguém que trabalha demais, que não tem tempo nem pra fazer relatório e vou me ferrar bunita. Buá. Sinto falta do semestre passado. Odeio novidade. Já é dezembro?